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sábado, 12 de março de 2011

As maiores UHE´S do Brasil

Lista de grandes centrais hidrelétricas do Brasil

fonte: Ambientel Global

Notas Verdes

1- Terremoto no Japão pode ter deslocado eixo da Terra, diz INGV




O terremoto de 8,9 graus de magnitude na escala Richter que atingiu o Japão nesta sexta-feira (11) pode ter deslocado em quase 10 centímetros o eixo de rotação da Terra, segundo um estudo preliminar do INGV (Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia) da Itália.
O INGV, que desde 1999 estudou os diversos fenômenos sísmicos registrados na Itália, como o devastador terremoto da região dos Abruzos de 6 de abril de 2009, explica em uma nota que o impacto do terremoto do Japão sobre o eixo da Terra pode ser o segundo maior de que se tem notícia.
“O impacto deste fato sobre o eixo de rotação foi muito maior que o do grande terremoto de Sumatra de 2004 e provavelmente é o segundo maior, atrás apenas do terremoto do Chile de 1960″, diz o comunicado.
Tremor – O forte terremoto de magnitude 8,9, seguido por um tsunami com ondas de até dez metros de altura, atingiu a costa nordeste do país nesta sexta-feira. Trata-se do pior tremor a atingir o país desde que começaram a ser feitos registros, no final do século 19, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
O tremor desta sexta foi seguido por ao menos 19 réplicas, algumas delas de magnitude 6,3. Cidades e vilarejos ao longo dos 2.100 quilômetros da costa leste do país foram afetadas por violentos tremores que atingiram até a capital, Tóquio, localizada a 373 quilômetros de distância do epicentro.
O terremoto ocorreu às 14h46 da hora local (2h46 em Brasília) e teve seu epicentro no Oceano Pacífico, a 130 quilômetros da península de Ojika, e a uma profundidade de 24,4 quilômetros, de acordo com o USGS. (Fonte: Folha.com)

2- Projeto ambiental coloca turista para viver como macacos
 
Voar pela selva em uma tirolesa e dormir nas árvores como os macacos é a experiência de um ambicioso projeto de conservação no norte de Laos, que incentiva a adesão de ex-caçadores a um ecoturismo atípico.
As cabanas ficam a cerca de 40 metros de altura, com cabos que medem até 700 metros de comprimento. Por eles, viaja-se a uma velocidade média de 80 km/h.
Como se isso não bastasse, o cinto de retenção é apenas uma polia de aço simples com um pedaço de pneu de bicicleta para usar como freio.
“É simplesmente alucinante, como voar”, assegura Nathan, um mochileiro americano que apoia suas pernas em um tronco para se impulsionar e ir mais rápido ainda na tirolesa.
Após uma breve conversa sobre as normas básicas de segurança, os hóspedes têm total liberdade para deslizarem várias vezes pelos cabos até que escureça, pois só é proibido praticar a atividade à noite.
A aventura é parte da Gibbon Experience, chamada dessa maneira por que está inspirada no gibão (Hylobates pileatus).
Tal primata pequeno e escorregadio também se encontra no Vietnã e no sul da China, e se achava já extinto na região no início da década passada, precisamente quando o cientista francês Jeff Reumaux chegou à província de Bokeo.
Reumaux demorou cinco anos para obter dinheiro suficiente para construir as casas nas árvores com banheiros e água corrente, além da rede de tirolesa que as une.
Também não foi fácil convencer as autoridades locais para que declarassem como reserva natural mais de 123 mil hectares de floresta onde, na época, a tribo hmong capturava elefantes, macacos, ursos e tigres.
Esses mesmos caçadores se tornaram guardas florestais e guias que mantêm suas famílias sem prejudicar o ecossistema.
Ex-caçadores – “Há alguns anos, mal podia alimentar minha mulher e meus filhos com o que ganhava com a caça, mas hoje vivemos muito melhor sem precisar matar nenhum animal”, assinala em um precário inglês Vong, que só precisa de um par de chinelos para se movimentar pela selva, que conhece como a palma de sua mão.
Na reserva vivem atualmente 400 gibões, a grande exigência do projeto e cujos cantos se podem escutar ao amanhecer, embora é preciso ter muita sorte para encontrá-los a distância.
“Não vi nenhum, mas não tem problema. Para mim, a experiência não é contemplá-los e sim viver como eles”, comenta Lotte, outra turista que não se importou em caminhar durante mais de quatro horas e sofrer picadas de insetos e sanguessugas para chegar às casas nas árvores.
A dificuldade do trajeto afasta o turismo das massas, que prefere ver os gibões de maneira mais cômoda em zoológicos e em espaços mais acessível na vizinha Tailândia.
O francês explica à agência de notícias Efe que seu objetivo não é transformar a selva em uma mera atração turística, mas apresentar aos habitantes um modo alternativo de seguir explorando a natureza sem cortar árvores ou matar animais.
“Queremos mostrar que conservar a selva é melhor que destruí-la. Isso talvez seja óbvio para nós, mas para poder persuadi-los temos que provar que é possível viver assim”, indica o francês.
Para cumprir essa meta, uma parte do dinheiro arrecadado pelo ecoturismo é investida em modernos sistemas de irrigação para arrozais e outros cultivos, consumidos pelas famílias que já não precisam queimar parte da floresta, como outros camponeses da região.
“É caro, mas simples e eficaz, e prova que preservar as florestas não precisa ser um assunto político”, conclui Reumaux. (Fonte: Folha.com)

3- Justiça mantém abate de capivaras em parque de Campinas/SP
 
A 2ª Vara Pública de Campinas (93 km de SP) decidiu nesta sexta-feira (11) negar o pedido de liminar feito pela Proesp (Associação Protetora da Diversidade das Espécies) e manter o abate das capivaras do lago do Café.
A Prefeitura de Campinas e ambientalistas travam uma disputa pelo destino de pelo menos 20 capivaras, que estão confinadas desde 2008.
A prefeitura decidiu sacrificar os animais no mês passado, e alega que os roedores representam risco à saúde, pois há uma suspeita de que sejam hospedeiros do carrapato-estrela – transmissor da febre maculosa (uma infecção aguda que pode levar à morte).
A Proesp pedia, em sua representação à Justiça, a suspensão do abate dos animais. A associação deve recorrer no TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo na próxima semana.
A decisão da Justiça de Campinas ratifica autorização dada pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), que autorizou em janeiro deste ano o abate dos animais.
A Proesp e um grupo de ambientalistas da cidade é contra a ação e já realizou até um protesto contra o sacrifício dos animais em frente ao lago do Café.
A morte dos animais, segundo a prefeitura, deve ocorrer por meio de eutanásia (injeção letal).
A data da morte ainda não foi confirmada pela Secretaria da Saúde, mas deve ocorrer até o final deste mês – caso não haja decisão judicial contrária.
As capivaras estão separadas por sexo para evitar a procriação. Entre 2008 e 2010, três funcionários da prefeitura morreram de febre maculosa após trabalharem no local, segundo o secretário da Saúde de Campinas, José Francisco Keer Saraiva.
O lago do Café, uma área pública da cidade, está fechado à visitação desde 2008.
Os ambientalistas pedem que sejam realizados exames nos roedores para comprovar a infestação de carrapatos e a contaminação pela bactéria causadora da febre maculosa. Eles defendem a adoção de outras medidas, como a remoção dos animais e a aplicação de carrapaticidas no local. (Fonte: Maurício Simionato/ Folha.com)

4- Detectado aumento de radioatividade na sala de controle de usina nuclear no Japão
 
O nível de radioatividade na sala de controle do reator 1 da Usina Nuclear de Fukushima é mil vezes superior ao normal. O aumento da radiação foi detectado, no sábado de manhã (hora do Japão), pela comissão de segurança da usina, localizada na Região Nordeste do Japão. A informação foi divulgada pela agência Kyodo.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, pediu aos moradores num raio de 10 quilômetros ao redor da usina para abandonarem a área, em virtude do risco de um vazamento radioativo, noticiou a AFP, que cita a agência Jiji com informação do Ministério da Indústria.
Um terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter, que regista a energia liberada pelo tremor, ocorreu às 14h46 (2h46 em Brasília) a uma profundidade de 24,4 quilômetros e com epicentro localizado a cerca de 100 quilômetros de Miyagi, na Região Nordeste do Japão.
O abalo, fortemente sentido em Tóquio, a cerca de 400 quilômetros do epicentro, deu origem a um tsunami que atingiu a costa japonesa com uma onda de cerca de 10 metros de altura. (Fonte: Radiobrás)

5- Monitoramento das placas tectônicas é determinante para poupar vidas em terremotos, diz cientista
 
O terremoto de 8,8 graus na escala Richter que ocorreu na madrugada (horário de Brasília) de sexta-feira (11) no Japão confirma que o investimento em tecnologia para monitorar o risco de grandes catástrofes é um meio fundamental para prevenir a população e evitar tragédias. A avaliação é do chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros, que explica que não há como prever a ocorrência de terremoto, mas que é possível calcular eventuais impactos de fenômenos em áreas críticas.
A existência desse tipo de tecnologia aliada a recursos e a planejamento são os elementos que fazem a diferença nos efeitos destrutivos dos terremotos. O especialista compara o terremoto de hoje no Japão e o tremor registrado no Haiti há pouco mais de um ano. No país caribenho, os tremores tiveram menor intensidade (7 graus na escala Richter) mas destruíram praticamente todo país.
Segundo o cientista, desde o tsunami ocorrido na Indonésia (2006), houve grande avanço na instalação de estações sismológicas para monitorar fenômenos semelhantes no Oceano Pacífico. A tecnologia permitiu que os japoneses previssem as ondas. “Uma onda sísmica [do terremoto] viaja a uma velocidade muito grande e é capaz de cruzar a Terra em 20 minutos e chega muito antes da onda oceânica.”
O tsunami no Japão ocorreu porque uma placa tectônica deslizou por baixo de outra no chamado “assoalho oceânico”. São 12 as principais placas tectônicas em toda a Terra, quatro delas estão próximas à localização do Japão. São as placas das Filipinas, do Pacífico, Euro-Asiática e Norte-Americana.
“Qualquer terremoto que acontece no fundo do mar e resulte na movimentação do assoalho oceânico pode gerar tsunami”, explicou o cientista que lembra que, além do movimento verificado no Japão, também podem ser registrados terremotos por causa do afastamento das placas, do deslocamento lateral ou do choque entre elas.
O especialista prevê que os efeitos do tsunami serão sentidos na costa pacífica da América do Sul por volta de meia-noite.
O cientista destaca que é preciso formar mais especialistas na pesquisa de sismologia no Brasil. “A comunidade sismológica nacional cabe dentro de um carro”, calcula.
Para a previsão de outras catástrofes, como o deslizamento de terras causados por chuvas, o governo federal já verificou que faltam profissionais. De acordo com o Ministério de Ciência e Tecnologia, o Brasil tem apenas 100 geólogos especializados e com experiência em avaliar encharcamento de solo e risco de desmoronamento como o episódio registrado na região serrana do Rio de Janeiro no início do ano. (Fonte: Gilberto Costa/ Agência Brasil)

Fonte: Amanda França, Gestora Ambiental, Uberlandia-MG. Integrante do eicaambiental.blogspot.com

sexta-feira, 11 de março de 2011

Muito além dos Ecossistemas


           Ivan Ruela


      Entusiasmada com a hipótese de Cuiabá ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, a Secretária Estadual de Turismo do Mato Grosso, Teté Bezerra, exclamou outro dia que “O Mato Grosso é um estado privilegiado, sendo o único com três ecossistemas”. Este discurso não é exclusivo da secretária. O apresentador e Deputado Estadual ‘ambientalista’ Sérgio Ricardo(PR), durante um evento que organiza todo ano em prol do Rio Cuiabá, quando milhares de pessoas são aglomeradas em cima da ponte deste rio, foi mais longe: “O MT é o único estado do mundo (pasmem!) que tem três ecossistemas”. O Diretor da AGECOPA, órgão governamental responsável pela organização do evento esportivo internacional, Yênes Magalhães, também tem proferido a mesma frase em encontros políticos preparatórios pra 2014. Outra liderança chegou a afirmar que Cuiabá é o único lugar do mundo que tem o Centro Geodésico da América do Sul. A cidade realmente possui tal referência e monumento em seu centro histórico. E como não existe outra América do Sul, é óbvio que este só se localize na capital matogrossense.
      Ecossistemas são conjuntos formados pelo ambiente físico, através de fatores abióticos, como solo e água, mais a comunidade nele existente, constituída por seres vivos (Biota). Um exemplo local, por exemplo, seria formado por lagoas, árvores nativas, peixes e aves como tuiuiús e socós, na região pantaneira. Uma lagoa em si, com suas interações, já é um ecossistema.  O Pantanal não é um Ecossistema, é um Bioma. A Amazônia e o Cerrado, idem. Um Bioma é compreendido por um conjunto de ecossistemas, em grandes escalas e dimensões, levando em conta os fatores abióticos, relevo e clima. A fisionomia da vegetação é um dos fatores essenciais para definição de um Bioma, mais importante que a presença de animais, por exemplo, a Onça Pintada (Panthera onça), está presente nos três biomas matogrossenses, sendo que as encontradas na Amazônia e no Pantanal, são de subespécies diferentes. Segundo o mapa de biomas do IBGE, o MT está assim contemplado:
  • Amazônia ocupa uma área de 4.196.943 Km² e 49,29% do território nacional e que é constituída principalmente por uma floresta tropical.  A Amazônia ocupa a totalidade dos territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, e parte do território do Maranhão (34%), Mato Grosso(54%), Rondônia (98,8%) e Tocantins (9%).A Amazônia é formada por distintos ecossistemas como florestas densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações pioneiras.
  • Cerrado ocupa uma área de 2.036.448 Km², correspondente a 23,92% do território e que é constituído principalmente por savanas. O Cerrado ocupa a totalidade do Distrito Federal e parte do território da Bahia (27%), Goiás (97%), Maranhão (65%), Mato Grosso(39%),Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%), Paraná (2%), Piauí (37%), Rondônia (0,2%), São Paulo (32%) e Tocantins (91%).

  • Pantanal que ocupa uma área de 150.355 Km² e 1,76% do território nacional e que é constituído principalmente por savana estépica alagada em sua maior parte. O Pantanal esta presente em apenas dois estados brasileiros, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ocupando 7% do território do Mato Grosso e 25% do estado do Mato Grosso do Sul. A região é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância.
     Classificar estes paraísos naturais de ecossistemas não é a única gafe de parte de políticos e da mídia do estado. Minas Gerais, por exemplo, é formada por Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado, portanto o mesmo número de biomas do estado do centro-oeste. A Bahia, além dos mesmos biomas terrestres situados em Minas, ainda dispõe das Zonas Costeira e Marinha.
   Se os governantes e as autoridades locais desejam propagar o estado com suas belezas naturais e suas fontes de ecoturismo, deveriam não só se informar sobre o potencial nele existente, mas também apoiarem e criarem medidas de desenvolvimento que contemplem a preservação destes locais em que eles demonstram tanto orgulho. Lembrando que a expressiva maioria dos políticos mato-grossenses apóia o famigerado Zoneamento-Sócioeconômico e ‘Ecológico” do estado, que ameaça todos os biomas e ecossistemas da região, e aqueles que ali vivem.
Ivan Ruela, Pós Graduando em Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Florestais(UFLA-MG), Moderador da REBIA Centro Oeste no Mato Grosso, editor do blog eicaambiental.blogspot.com, Twitter:@ivanruela 


quarta-feira, 9 de março de 2011

Falha no projeto ambiental da Usina de Jirau leva os fazendeiros da região a decidir por exterminar onças


 
Marcos Fernando Fiori

Onças estão na mira de tiro de fazendeiros no entorno de Jirau


Por conta dos desmatamentos na construção da hidrelétrica, os felinos estão invadindo propriedades rurais e abatendo criações, causando prejuízos e despertando a reação dos produtores.




Onças pintadas e vermelhas estão na mira de tiro de fazendeiros e sitiantes das regiões de Jaci Paraná e Mutum Paraná, respectivamente a 90 e 160 quilômetros de Porto Velho. Ao fugirem dos desmatamentos provocados pela construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Jirau, os felinos estão invadindo as propriedades rurais e causando prejuízos consideráveis aos criadores da gado, carneiro e até galinhas, pois esses bichos são alvos potenciais das onças em busca de alimentos.
“De novembro para cá já perdi 10 carneiros”, disse Almino Brasil, funcionário público da prefeitura de Porto Velho que mantém uma pequena propriedade às margens do rio Caracol, em Jaci Paraná. “Fui informado que poderia requerer indenização, mas não tenho tempo de, a cada vez que acontecer um ataque, largar meus afazeres aqui na cidade para ir ao sítio fotografar o ocorrido e correr atrás dos meus direitos. O jeito é amargar o prejuízo”.
Um fazendeiro que preferiu não se identificar disse que há um movimento entre os proprietários rurais para transformar a caçadora em caça, ou seja, eles pretendem abater os felinos a fim de diminuir seus prejuízos.
­­“Está claro que há uma tremenda falha no projeto ambiental dessa usina”, opina o mesmo fazendeiro. “Antes de desmatar, eles deveriam remover as onças para alguma reserva ambiental. O que eles fizeram? Simplesmente estão baixando as motosserras no habitat desses bichos e, para eles, não resta outra alternativa, a não ser buscar refúgio e alimentos nas propriedades da região. O fato é que, antes da usina, não tínhamos esse problema por aqui”.

HÁBITOS
Os fazendeiros dos dois distritos de Porto Velho observaram que a onça pintada abate um animal e se alimenta até se fartar. Em seguida enterra o que sobrou e, mais tarde, volta ao local para novo banquete com a mesma presa.
­­A onça vermelha, porém, mata quantas presas cruzarem seu caminho. “Há relatos de onça vermelha que já abateu até dez animais de uma vez numa mesma propriedade. Ela enterra os animas, se alimenta de um e os demais se perdem”, disse Almino Brasil.
Os proprietários rurais temem também por vidas humanas – principalmente no que diz respeito a crianças. Disse outro fazendeiro que não quis se identificar: “a lei não permite que a gente tenha armas na propriedade rural. Assim, tenho na minha fazenda um caseiro com esposa e quatro filhos. Essas crianças podem ser alvos da onça ao saírem para brincar no terreiro. Até hoje, graças a Deus, não há relatos de onças que atacaram humanos, mas será que teremos que ficar esperando isso acontecer para tomarmos alguma providência?”, questiona.

ESTRATÉGIA
­­As onças nas regiões da Jaci e Mutum estão causando prejuízos consideráveis e colocando a economia de pequenos produtores rurais em colapso – principalmente os que têm criações de subsistência. Tanto que já há planos para abater os felinos. Como o abate com arma de fogo poderia chamar a atenção das autoridades, uma parcela de fazendeiros pretende experimentar o envenenamento dos animais.
A idéia é simples: ao fazer um abate, a onça come e enterra o que sobrou, voltando posteriormente para concluir o serviço. Nesse meio tempo, os fazendeiros pretendem envenenar a carne com veneno de rato, o popular “chumbinho”. Assim, ao voltar para degustar o restante da presa, o felino seria envenenado até a morte.
­“Acho legal a gente fazer essa reportagem e colocar esse problema a público, levando-o ao conhecimento principalmente das autoridades ambientais”, disse outro fazendeiro de Mutum Paraná que quis manter o nome em sigilo.
“A questão está colocada. Agora é ver o que as autoridades vão fazer e, principalmente, o que o consórcio de Jirau vai fazer para solucionar o problema. Do contrário, vai ser muito difícil conter os ânimos desse pessoal que está tendo prejuízo por conta da onça. Vai acabar sobrando para os felinos”, concluiu.
“Não concordo de forma alguma e não vou compactuar com a ‘solução final’ pretendida pelos fazendeiros, afinal, a onça está sendo molestada em seu habitat e invadir fazendas e abater animais é uma ação meramente instintiva. Entretanto, é compreensível e reação – embora exagerada – dos proprietários rurais, afinal, eles estão amargando prejuízos e, em alguns casos, estão tendo a própria subsistência ameaçada por esses bichos”, finalizou Almino Brasil.

Fonte: rondoniasim.com.br

segunda-feira, 7 de março de 2011

Animais da Floresta Amazônica e Cerrado têm destaque em publicação



Jayme Gesisky

É com satisfação que apresentamos Animais da Tanguro – Mato Grosso: Diversidade na zona de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado. A publicação é parte do projeto DE pesquisa realizado na fazenda Tanguro, município de Querência (MT), numa proveitosa parceria entre o Museu Emílio Goeldi (MPEG), a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT) e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), com o apoio do Grupo Maggi.
O projeto, iniciado em 2005, tem o objetivo de avaliar os impactos da ação humana sobre a fauna da região e oferecer dados essenciais para a gestão da paisagem em uma área de riquíssima biodiversidade, já que a área de transição entre os dois biomas facilita o compartilhamento genético, tornando a região extremamente importante do ponto de vista ambiental. O IPAM participa do projeto desde os seus primórdios e mantém na fazenda Tanguro uma base de pesquisas sobre fogo, água, biodiversidades, restauro florestal, entre outros aspectos relacionados ao ambiente natural.
Além de apresentar 8 grupos de animais – aranhas, insetos (percevejos, besouros e moscas), peixes, anfíbios anuros, répteis, aves, mamíferos não-voadores e morcegos – o livro traz também um glossário com termos científicos que são citados ao longo do texto. Os autores incluíram, ainda, informações gerais sobre cada grupo de animais, e ilustrações das espécies encontradas e métodos utilizado no estudo.
Esperamos que esta publicação possa contribuir para disseminar o conhecimento entre pesquisadores, gestores públicos e privados, estudantes e a sociedade em geral para que, uma vez conhecendo a diversidade da fauna nativa da região, possamos abrir novas perspectivas para sua conservação.
Organizado por Ana Cristina Mendes de Oliveira, Joice Bispo Santos e Maria Cristina dos Santos-Costa, o livro estará em breve disponível para download em nosso site.

fonte: www.ipam.org.br

Agricultores do Acre relatam efeitos das mudanças climáticas


   autor:ipam rio branco

     A coordenadora regional e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) em Rio Branco, Elsa Mendoza, participou da 11ª Assembleia Geral Ordinária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feijó (STTRF), realizada em Feijó, no Acre, quando ministrou a palestra “Mudanças no clima e o futuro das florestas”, quando apontou os impactos das mudanças climáticas e como a ação do homem influência neste processo em nível local e global.
   O evento reuniu cerca de 200 pessoas, entre representantes de órgãos governamentais e não governamentais, como associados e diretores do STTRF, comunidades do Rio Envira, Rio Paraná do Ouro, Projetos de Assentamento (PA Berlim e PA Envira), agricultores da margem da BR-364, Secretaria de Meio Ambiente de Feijó, Banco da Amazônia (Basa), Federação dos Agricultores do Acre (Fetacre), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Instituto de Terras do Acre (Iteracre). Um dos objetivos do encontro foi socializar informações a respeito das mudanças climáticas, a partir da experiência do IPAM, crédito rural, através do Basa, e regularização fundiária, através do STTRF e Iteracre.
    Durante o evento, agricultores relataram que já estão sentido os efeitos das alterações do clima e citaram a queda da produção do açaí, pouca chuva, igarapés secando e outros como exemplos de mudanças vivenciados por eles. A agricultora Maria Francisca demonstrou preocupação com o novo cenário: “Se não cuidamos da nossa casa, quem vai cuidar?”, questionou.
Representante do Basa apresentou linhas de crédito rural, a exemplo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Pronaf-Mulher e Pronaf mais Alimento, que são disponibilizados pelo Banco da Amazônia por meio da parceria com o Governo Federal. O gerente do Basa, Edson de Souza, relatou que o crédito rural está ficando menos burocrático para a agricultura familiar. “Para ser contemplado com o Pronaf só precisa de RG e CPF”, afirmou.
   Durante o evento foi realizada, ainda, a eleição do STTRF, em que foi eleito, por unanimidade,  o novo presidente do sindicato Antônio Sergioni Freitas de Paiva para o quadriênio 2011/2015.
Paiva ressaltou a importância de aderir às assembleias e reuniões gerais, palestras informativas sobre assuntos diversos como meio ambiente, saúde, questões sociais, entre outros. Pontuou ainda a dificuldade de estabelecer parcerias para realização das palestras e ressaltou a importância da participação do IPAM na assembleia.

fonte: ipam.org.br

domingo, 6 de março de 2011

Assentamento Ena é o primeiro no Mato Grosso a obter o CAR


  Gustavo Nascimento / ICV

O assentamento Ena, localizado no município de Feliz Natal, região norte de Mato Grosso, teve o Cadastro Ambiental Rural (CAR) aprovado, sendo o primeiro do estado a conseguir o documento, que deve ser entregue ainda esta semana pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA). A confirmação foi dada por Silvana Moura Alves, coordenadora de geoprocessamento e Luiz Thiago Bastos Rodrigues, coordenador de Licenciamento de Propriedades Rurais da secretaria.

O CAR funciona como uma carteira de identidade do imóvel rural gerando informações sobre Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e percentuais de desmatamento. É o primeiro passo para a regularização ambiental de uma propriedade para uso ou exploração dos recursos naturais. A medida vale tanto para proprietários de terras ou posseiros (ocupantes de terras sem título legítimo) que realizem atividades agropecuárias, agroflorestais, de mineração ou infraestrutura.

Segundo Yandra Bastos, analista de gestão ambiental do Instituto Centro de Vida (ICV), no caso do Ena, após o CAR acontece a análise do relatório de acompanhamento do Projeto de Recuperação de Área Degradada (Prad) e, posteriormente, a análise para concessão da renovação da Licença Ambiental Rural (LAU), finalizando o processo de licenciamento ambiental da propriedade. Com o CAR os assentados terão facilidades no acesso a programas do governo federal, como financiamentos, por exemplo, que ficam bloqueados para propriedades que não possuem regularização ambiental.

O assentamento Ena teve a LAU suspensa e precisou dar início a um novo processo para renovação da licença junto ao órgão. Neste sentido, o ICV firmou um termo de cooperação técnica com o Incra para apoiar a elaboração do processo de licenciamento ambiental do assentamento. Isto foi facilitado em virtude de um trabalho desenvolvido no assentamento nos últimos anos principalmente na recuperação de APPs degradadas. A iniciativa faz parte da Campanha Y Ikatu Xingu.

Vale ressaltar que, em 2009, os produtores familiares do Ena também foram os primeiros da região médio norte do estado a acessar recursos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), através do Programa de Aquisição de Alimentos – Doação Simultânea, dentro da política nacional de aquisição de alimentos para merenda escolar oriundos da agricultura familiar.

Licenciamento Ambiental em MT
O ICV também elaborou uma análise com base em dados da SEMA identificando que o estado de Mato Grosso possui 28,9 milhões de hectares de áreas cadastradas no Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (SIMLAM). Isso representa 39% da área total passível de cadastramento no estado, que soma 73,8 milhões hectares (incluindo todas as áreas rurais do estado, excetuando-se Unidades de Conservação de domínio público e Terras Indígenas). Confira tabela aqui.

 fonte: www.icv.org.br

Novo Relatório do PNUMA destaca a Economia Verde e o rumo à RIO+20


Nick Nuttall
Jornalista do PNUMA
 
De acordo com o novo Relatório intitulado “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, lançado neste mês pelo PNUMA, investir 2% do PIB mundial em dez setores estratégicos pode ser o pontapé inicial para a transição rumo à uma Economia Verde de baixo carbono e eficiência de recursos. Apoiada por políticas nacionais e internacionais inovadoras, a soma, que atualmente correspondente a cerca de 1,3 trilhão de dólares por ano, fomentaria o crescimento da economia global a níveis provavelmente superiores aos dos atuais modelos econômicos.
O Relatório sugere um modelo econômico que evitaria riscos, choques, escassez e crises cada vez mais inerentes na atual economia de alta emissão de carbono. Sendo assim, contesta os mitos de que investimentos ambientais vão contra o crescimento econômico, trazendo à tona a má alocação de capital.
O Relatório mostra a Economia Verde como um tema relevante não apenas para as economias mais desenvolvidas, mas também como um catalisador-chave para o crescimento e erradicação da pobreza nas economias em desenvolvimento, nas quais, em alguns casos, cerca de 90% do PIB está ligado à natureza ou a recursos naturais tais como a água potável. O Relatório traz como exemplo resultados de políticas que redirecionam cerca de 1,3 trilhão de dólares por ano em investimentos verdes e por meio de dez setores estratégicos, o equivalente a aproximadamente 2% do PIB mundial. Em termos comparativos, esse montante equivale a 10% do investimento total anual em capital físico.
Atualmente, o mundo gasta entre 1% e 2% do PIB global em uma série de subsídios que, geralmente, prolongam a insustentabilidade do uso de recursos tais como combustíveis fósseis, agricultura, água e pesca. Grande parte dessas ações contribui para intensificar os danos ambientais e ampliar a ineficiência na economia global. Diminuí-las ou eliminá-las poderia gerar múltiplos benefícios no processo de liberação de recursos para financiar uma transição rumo à Economia Verde.

Renda e emprego

Enquanto a transição global para a Economia Verde contribuiria para o desenvolvimento e para o aumento da renda per capita refletida nos atuais modelos econômicos, ela fomentaria, também, a redução da pegada ecológica em 50% até 2050. O Relatório Economia Verde afirma que, a curto prazo, a queda dos níveis de emprego em alguns setores como o da pesca será inevitável caso não ocorra a transição rumo à sustentabilidade. O investimento, em alguns casos financiado pelo corte de subsídios nocivos, terá de se readaptar a alguns setores de força de trabalho global para assegurar uma transição justa e socialmente aceitável.
O Relatório defende que, ao longo do tempo, o número de empregos "novos e decentes criados" - que vão desde o setor de energia renovável até o de agricultura sustentável – compensarão aqueles perdidos na antiga economia de alto carbono. Ainda segundo o Relatório, um investimento anual de cerca de 1,25% do PIB mundial em eficiência energética e energias renováveis poderia reduzir a demanda global por energia primária em 9% em 2020 e em 40% até 2050. A economia de capital e de gastos com combustível na geração de energia, sob o cenário da Economia Verde, seria de 760 bilhões de dólares entre os anos de 2020 e 2050.
O Relatório, intitulado “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, também destaca as enormes oportunidades para desacoplar a geração de resíduos do crescimento do PIB, incluindo, em seu lugar, ações de recuperação e reciclagem. Por intermédio de uma política de Responsabilidade Prolongada do Produtor, a República da Coreia implementou uma regulamentação sobre produtos, que vão das baterias e dos pneus até às embalagens de vidro e papel, originando um crescimento de 14% nas taxas de reciclagem e um benefício econômico de 1,6 bilhões de dólares.
No Brasil, a reciclagem já gera retornos de 2 bilhões de dólares por ano, ao mesmo tempo que evita a emissão de 10 milhões de toneladas de gases de efeito estufa; aqui, uma economia de reciclagem plena valeria 0,3% do PIB. O Relatório, compilado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), em colaboração com economistas e especialistas de todo o mundo, tem como um dos seus objetivos a promoção e defesa dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU – que vão da redução pela metade das pessoas com fome à redução pela metade das pessoas sem acesso a água potável. Outra meta abrangente é a diminuição das emissões de gases de efeito estufa para níveis muito mais seguros, de 450 partes por milhão até 2050.
As conclusões foram apresentadas hoje aos ministros do meio ambiente de mais de 100 países, na abertura do Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente/Conselho de Administração do PNUMA. O Relatório, que compõe um estudo macroeconômico publicado online, visa a acelerar o desenvolvimento sustentável e integra a contribuição do PNUMA para as preparações para a conferência RIO+20 que se realizará no próximo ano no Brasil.
O relatório completo está disponível online para comentários e para que países enviem novos exemplos de Economia Verde. A equipe da Iniciativa Economia Verde do PNUMA planeja apresentar o relatório em capitais de todo o mundo ao longo dos próximos meses. A iniciativa pretende, ainda, identificar em primeira mão a melhor forma de ajudar os países e comunidades a iniciarem a transição para uma Economia Verde no contexto das suas circunstâncias nacionais.
Achim Steiner, Subsecretário-Geral da ONU e Diretor-Executivo do PNUMA, disse: “O mundo está de novo a Caminho do Rio, mas em um Planeta muito diferente daquele da Cúpula da Terra que se realizou no Rio de Janeiro em 1992. A RIO 2012 surge em um contexto de rápida redução de recursos naturais e de alterações ambientais aceleradas – desde a perda de recifes de coral e florestas à crescente escassez de terra produtiva; desde a necessidade urgente de fornecer alimento e combustível às economias até os prováveis impactos das alterações climáticas descontroladas”, acrescentou.
“A Economia Verde, conforme documentado e ilustrado no relatório do PNUMA, proporciona uma avaliação centrada e pragmática de como os países, as comunidades e as empresas iniciaram uma transição para um padrão mais sustentável de consumo e produção. Está arraigada nos princípios de sustentabilidade acordados no Rio de Janeiro em 1992, ao mesmo tempo em que reconhece que os sinais fundamentais que impelem as nossas economias devem evoluir em termos de políticas públicas e respostas dos mercados. Devemos avançar para além das polarizações do passado, entre desenvolvimento e meio ambiente, entre Estado e mercado e entre Norte e Sul”, declarou o senhor Steiner.
“Com 2,5 bilhões de pessoas vivendo com menos de dois dólares por dia e com um aumento populacional superior a dois bilhões de pessoas até 2050, é evidente que devemos continuar a desenvolver e a fazer crescer as nossas economias. No entanto, esse desenvolvimento não pode acontecer à custa dos próprios sistemas de apoio à vida na terra, dos oceanos e da atmosfera que sustentam as nossas economias e, por conseguinte, as vidas de todos nós. Economia Verde é uma resposta à questão de como manter a pegada ecológica da humanidade dentro dos limites do planeta. Visa a relacionar as demandas ambientais para a mudança de rumo aos resultados econômicos e sociais – em particular, o desenvolvimento econômico, o emprego e a igualdade”, disse Steiner.
Pavan Sukhdev, Economista Sênior do Deutsche Bank e Diretor da Iniciativa Economia Verde do PNUMA, disse: “Os governos têm um papel central na mudança das leis e das políticas e no investimento de bens públicos para possibilitar a transição. Ao fazê-lo, podem também desbloquear os bilhões de dólares do capital privado em benefício de uma Economia Verde. A aplicação inadequada de capital está no centro dos atuais dilemas do mundo e há medidas rápidas que podem ser tomadas, começando, literalmente, hoje – desde a diminuição e eliminação dos mais de 600 bilhões de dólares de subsídios globais para combustíveis fósseis ao reencaminhamento dos mais de 20 bilhões de dólares de subsídios inadequadamente atribuídos a entidades envolvidas em atividades de pesca insustentável”, disse.
“Uma Economia Verde não visa a sufocar o crescimento e a prosperidade, mas sim a restabelecer a ligação com a verdadeira riqueza, reinvestir ao invés de simplesmente explorar o capital natural e beneficiar muitos em lugar de poucos. Visa também a uma economia global que reconheça a responsabilidade intergeracional das nações para deixar um planeta saudável, funcional e produtivo aos jovens de hoje e aos que estão para nascer”, acrescentou Sukhdev.

Conclusões Principais e Alguns Setores-Chave

O PNUMA define como economia verde “aquela que resulta na melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e as carências ecológicas”. Uma grande parte dessa transição envolve políticas e investimentos que desassociam o crescimento do atual consumo intensivo de materiais e energia. Embora tenha havido alguma desassociação nos últimos 30 anos, os resultados têm sido modestos demais para colocar o planeta em uma rota sustentável e para conservar recursos finitos.

Papel Político dos Governos

Políticas públicas inovadoras e criativas serão vitais para gerar condições facilitadoras que, por sua vez, podem desbloquear os mercados e guiar os investimentos do setor privado no sentido de uma transição para a economia verde.

Entre elas se incluem:

Quadros normativos sólidos, priorização de despesas e aprovisionamento do Estado em áreas que estimulem setores da economia verde e limitem despesas que provoquem perdas de capital natural.
Tributação e mecanismos inteligentes de mercado que alterem os padrões de despesa dos consumidores e promovam a inovação verde.
Investimentos públicos em reforço e formação de capacidades, paralelamente a um fortalecimento da administração internacional.
As políticas públicas também podem assegurar que os benefícios de um setor mais ecológico desencadeiem benefícios de sustentabilidade mais amplos em outros setores.
Em geral, o relatório sugere que a maior fatia dos propostos 2% do PIB global deverá originar-se do capital privado, porém reforçada por montantes mais modestos do dinheiro público.
Do setor pesqueiro ao imobiliário – Dez setores fundamentais para a Economia Verde
Os dez setores identificados no relatório como fundamentais para tornar a economia global mais verde são: agricultura, construção, abastecimento de energia, pesca, silvicultura, indústria, turismo, transportes, manejo de resíduos e água.
Dos 2% do PIB propostos no Relatório, os montantes investidos para o esverdeamento por setor seriam:
108 bilhões de dólares para a agricultura, incluindo as pequenas explorações;
134 bilhões de dólares para o setor imobiliário, por meio da melhoria da eficiência energética;
Mais de 360 bilhões de dólares para o abastecimento de energia;
Quase 110 bilhões de dólares para a pesca, incluindo a redução de capacidade das frotas mundiais;
15 bilhões de dólares para a silvicultura, o que ajudaria também no combate às alterações climáticas;
Mais de 75 bilhões de dólares para a indústria, incluindo a de produtos manufaturados;
Quase 135 bilhões de dólares para o setor de turismo.
Mais de 190 bilhões de dólares para os transportes.
Quase 110 bilhões de dólares para a gestão de resíduos, incluindo a reciclagem.
Um montante semelhante para o setor da água, incluindo questões de saneamento.

Alguns destaques setoriais:

Agricultura

Uma Economia Verde investiria entre 100 e 300 bilhões de dólares por ano, até 2050, na agricultura, a fim de alimentar nove bilhões de pessoas e, ao mesmo tempo, promover uma melhor gestão da fertilidade dos solos e uma utilização sustentável da água para o aperfeiçoamento da gestão biológica de plantas. Há cenários que indicam um crescimento de 10% nas produções globais dos principais produtos agrícolas, com base nas atuais estratégias de investimento. Isso é equivalente a elevar e manter os níveis de nutrição em 2.800-3.000 quilocalorias por pessoa até 2030. O desperdício global de alimentos traduz-se em 2.600 quilocalorias diárias por pessoa; por esse motivo, a transição para uma Economia Verde deve abordar esses desafios, que estão ligados a vários dos setores em questão.

Construção

O setor imobiliário é o que mais contribui para as emissão global de gases de efeito estufa, com um terço da utilização global de energia por escritórios e habitações. O setor da construção é responsável por mais de um terço do consumo global de recursos, incluindo 12% do uso de água doce. Com base no IPCC, estima-se que, caso a situação atual não se altere, a pegada climática do setor imobiliário vai duplicar para 15,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono até 2030 ou 30% do CO2 total relacionado à energia.
Uma combinação entre a aplicação das tecnologias existentes e o crescimento de abastecimento de energias renováveis no contexto dos cenários de Economia Verde poderia reduzir drasticamente as emissões, com uma poupança igual a 35 dólares por tonelada de CO2. Com as políticas governamentais corretas, poderiam ser obtidas, a nível mundial, poupanças de energia de um terço nos edifícios urbanos até 2050, com um investimento anual de 300 bilhões até um trilhão de dólares.

Pesca

Subsídios estimados em cerca de 27 bilhões de dólares por ano geraram uma capacidade de pesca duas vezes maior que a capacidade dos peixes de se reproduzirem. O Relatório sugere que o investimento na gestão fortalecida das pescas, incluindo a criação de áreas marinhas protegidas e a desativação e redução da capacidade das frotas, bem como treinamento, pode recuperar os recursos pesqueiros do Planeta.
Um investimento sustentado por medidas políticas resultaria em um aumento das capturas das atuais 80 milhões de toneladas para 90 milhões de toneladas em 2050, embora se registraria uma queda entre o momento atual e 2020. “Estima-se que o valor atual dos benefícios de tornar mais verde o setor pesqueiro seja de três a cinco vezes o investimento necessário”, diz o Relatório. As perdas de empregos a curto e médio prazo podem ser minimizadas concentrando os cortes em um pequeno número de empresas pesqueiras de grande dimensão e não nas pequenas frotas artesanais. Prevê-se que o número de empregos no setor pesqueiro volte a aumentar em 2050 à medida que as reservas esgotadas se recuperem.

Silvicultura

As florestas geram bens e serviços, que proporcionam os meios de subsistência econômica de mais de um bilhão de pessoas, reciclam nutrientes vitais para a agricultura e oferecem refúgio a 80% das espécies terrestres. O desmatamento é atualmente responsável por quase 20% das emissões mundiais de gases de Efeito Estufa. “Por esse motivo, a redução do desflorestamento pode ser um bom investimento: por si só, o lucro proveniente da regulação climática consequente da redução pela metade do desflorestamento global seria três vezes maior que o custo”, diz o estudo.
O Relatório analisa a contribuição que um investimento de 15 bilhões de dólares por ano – ou 0,03% do PIB global – pode significar para tornar mais verde este setor, incluindo o lançamento de maiores investimentos no mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD). Tais investimentos também podem ajudar a aumentar a dimensão de mecanismos de mercado já testados, incluindo a madeira certificada, a certificação dos produtos da floresta tropical, o pagamento a favor dos ecossistemas e as parcerias baseadas nas comunidades.
Ao longo do período de 2011 a 2050, o investimento anual de 15 bilhões de dólares, ou 0,03% do PIB, aumentaria o valor acrescentado à indústria florestal em mais de 20% em relação aos padrões atuais. O Relatório sugere que a transição para uma Economia Verde aumentaria as terras florestadas (atualmente com quase 4 bilhões de hectares) em mais de 3% até 2020, 8% até 2030 e mais de 20% até 2050, em relação à situação existente. A priorização de tais recomendações seria uma importante contribuição para 2011, o Ano Internacional das Florestas da ONU.

Transportes

Os custos ambientais e sociais dos transportes em termos de poluição do ar, acidentes e congestionamento do tráfego podem custar, atualmente, cerca de 10% do PIB de um país ou região. As políticas para tornar mais verde o setor dos transportes abrangem desde o fomento à utilização de transportes públicos e não motorizados até as que promovem a eficiência de combustíveis e veículos menos poluentes. Na Europa, as análises indicam que os investimentos em transportes públicos rendem benefícios econômicos regionais superiores ao dobro do seu custo. A redução do teor de enxofre dos combustíveis para transportes na África Subsaariana pode levar à economia de quase um bilhão de dólares por ano em custos de saúde e afins.
O investimento anual de 0,34% do PIB global até 2050 no setor de transportes pode reduzir a utilização de petróleo em 80% em relação à situação atual – elevando a taxa de emprego em 6%, sobretudo na expansão dos transportes públicos.

Resíduos

Prevê-se que o mundo gerará 13 bilhões de toneladas de resíduos municipais e outros até 2050; atualmente, apenas 25% de todos os resíduos são recuperados ou reciclados. Um investimento de 108 bilhões de dólares por ano no “esverdeamento” do setor de resíduos pode conduzir à reciclagem plena de resíduos eletrônicos, em contraste com o atual nível de 15%. Tal investimento poderia impulsionar a triplicação da reciclagem global de resíduos até 2050 e o corte de mais de 85% nos montantes destinados a aterros sanitários em comparação com o cenário atual. Entre 20% e 30% das emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao metano poderiam ser reduzidas até 2030 se poupanças financeiras associadas forem realizadas.
A prevenção e o manejo de resíduos também permanecem como um grande desafio para a fabricação de produtos, onde abordagens como a renovação da produção e da concepção dos produtos e processos pode desempenhar um papel importante na redução de resíduos e na utilização de recursos. Se a vida útil de todos os produtos fabricados fosse ampliada em 10%, por exemplo, o volume de recursos extraídos poderia registrar um corte semelhante.
A reciclagem de calor residual por meio de instalações de produção combinada de calor e eletricidade (CHP, na sigla em inglês) apresenta um elevado potencial para o uso eficiente de energia. A indústria de papel e celulose possui instalações de CHP que permitem uma economia superior a 30% no uso de energia primária.

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-A íntegra do relatório Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza – Síntese para Tomadores de Decisão e os capítulos completos da versão preliminar, estão disponíveis para download no endereço: www.unep.org e www.unep.org/greeneconomy.
-O site também apresentará uma compilação de estudos de casos em Economia Verde de países e regiões de todo o mundo.
-Para acessar material em português, www.pnuma.org.br e www.twitter.com/PNUMABrasil
-A 26ª sessão do Fórum de Ministros do Meio Ambiente/Conselho de Administração do PNUMA pode ser consultada em: http://www.unep.org/gc/gc26/
-A página web da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável 2012 (ou RIO+20) é: http://www.uncsd2012.org/
-Para informações sobre o Ano Internacional das Florestas 2011: www.un.org/en/events/iyof2011/

 
fonte: www.eco21.com.br

Cientistas confirmam existência de Mata Atlântica no Piauí




                                                                 
                                                                                                                                      foto:andré pessoa

A polêmica sobre a existência de Mata Atlântica no Piauí ganhou um forte reforço com a divulgação de uma entrevista com a arqueóloga Niéde Guidon, que confirma textualmente a presença da floresta tropical no interior do estado.
A constatação é fruto das pesquisas de sua equipe que durante quatro décadas estudou profundamente as características naturais da região da Serra da Capivara, realizando inclusive um inventário da flora.                               

Em uma ampla entrevista, Niéde Guidon explicou a ocorrência dessa formação vegetal e foi além, afirmando que o Piauí abriga não apenas elementos da Mata Atlântica como também da floresta amazônica. E para provar isso, ela indicou um biólogo de sua equipe que foi ao campo mostrar aos repórteres algumas espécies da Mata Atlântica em plena caatinga. Os estudos que comprovam a Mata Atlântica no Piauí foram coordenados pela botânica francesa Laure Emperaire.

Para os ambientalistas, a entrevista de Niéde Guidon, derruba a estratégia do secretário de Meio Ambiente do Piauí, Dalton Macambira, que vem realizando uma forte campanha para convencer a população piauiense de que não existe Mata Atlântica no estado. Dalton vai além e afirma que já pediu ao IBGE para retirar o Piauí do mapa da Mata Atlântica, como se isso fosse uma decisão meramente política.

Segundo o biólogo Francisco Soares, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e da Fundação Rio Parnaíba (FURPA), Dalton Macambira, está preocupado mesmo é com a aplicação da Lei n° 11.428 que regulamenta a Mata Atlântica e impede empreendimentos que causem destruição ao meio ambiente, caso do projeto de carvão vegetal da empresa JB Carbon S/A, na região da Serra Vermelha.

“O secretário Macambira já foi desmoralizado algumas semanas atrás com um artigo da promotora Carmem Almeida, que é especializada em direito ambiental pela PUC do Rio de Janeiro e já foi a curadora de Meio Ambiente do Piauí. Agora, foi a vez de uma cientista que pesquisa há 40 anos no Piauí confirmar a existência de Mata Atlântica no sertão. O que Dalton vai dizer agora?”, questiona o biólogo.

Para o representante da FURPA, o único argumento que o secretario de Meio Ambiente utiliza para afirmar que não existe a Mata Atlântica no Piauí, é um estudo realizado pelo professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Alberto Jorge. “O problema, é que esse estudo foi pago pelo empresário João Batista Fernandes, da JB Carbon, e os levantamentos foram realizados exclusivamente na área do projeto Energia Verde, na Serra Vermelha”, denuncia Francisco Soares.

Para o jornalista e ambientalista Dionísio Neto, da Rede Ambiental do Piauí (REAPI), o Piauí vai contra o restante dos estados brasileiros que sentem orgulho de possuir a vegetação de Mata Atlântica em seu território.

Em declarações recentes, o secretário afirmou não haver comprovação da existência de Mata Atlântica em território piauiense.

fonte:portalaz.com.br

Unopar e instituições trazem Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental a Londrina

 

 Foi realizada em Londrina a primeira reunião para discutir a organização do 2º Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, que será realizado na cidade de 06 a 09 de novembro de 2011.


O encontro foi conduzido pelo presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais e de Saneamento (IBEAS), engenheiro Carlos Rino, e contou com representantes das seguintes instituições: Unopar, UTFPR, UEL, Emater, Embrapa e Londrina Convention & Visitors Bureau.

Londrina foi escolhida como sede do Congresso depois que o Departamento de Captação do Londrina Convention apresentou a proposta na edição 2010, que foi realizado em Bauru, interior de São Paulo.

A captação do evento, que teve como concorrente a cidade de Ribeirão Preto, foi possível graças à parceria entre o Londrina Convention e o curso de Tecnologia em Gestão Ambiental e Gestão do Meio Ambiente da Unopar.

Segundo a coordenadora do curso, professora Cláudia Cristina Ciappina Feijó, o Congresso de Gestão Ambiental é promovido pelo IBEAS e envolverá aproximadamente 400 pessoas.

Será direcionado a empresas públicas, privadas, profissionais, pesquisadores, estudantes, entre outros.

“Existe uma demanda de mercado devido à necessidade das empresas cumprirem a legislação ambiental vigente. Esperamos que o 2º Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental seja um palco de discussões em torno da gestão ambiental nas organizações no Brasil e no mundo”, destaca a professora Cláudia Feijó.

Segundo ela, o objetivo da reunião de hoje, realizada na sede do Londrina Convention, foi iniciar as primeiras discussões a respeito do formato do Congresso, que será composto por palestras, mesas redondas, apresentação de trabalhos científicos e visitas técnicas a empresas e locais voltados para a gestão ambiental.

“O evento trará a Londrina assuntos e palestrantes de interesse nacional. No entanto, abrangerá também questões regionais”, informa a professora.

O tema geral será “Gestão Ambiental nas Organizações”. Dentre os temas das palestras, destaque para a Gestão Ambiental na Indústria, Gestão de Resíduos Sólidos, Licenciamento Ambiental e Inovações Tecnológicas, entre outros.

Fonte: Assessoria Unopar