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sexta-feira, 4 de março de 2011

Puma é declarado extinto pelos EUA



fonte: oeco.com.br 
Espécie extinta é parente direta da onça-parda encontrada no Brasil (foto) (crédito: Wikimedia Commons)





 O Fish and Wildlife Service, braço do departamento de interior americano responsável pela proteção da fauna silvestre, declarou, nesta quarta-feira, dia 02, que o puma que ocupava leste da América do Norte está extinto e que, portanto, deve ser retirado da lista dos animais ameaçados de extinção. A espécie, cujo nome científico é puma concolor cougar, é uma subespécie do felino conhecido no Brasil como suçuarana ou onça-parda.  Leia nota completa do governo americano.

O anúncio veio depois de uma revisão do status de conservação do animal, que começou em 2007. O puma está listado no grupo de animais ameaçados de extinção desde 1973. Considera-se que a espécie tenha sido extinta em 1930 e que os registros posteriores eram na verdade de outras subespécies, e não do puma "oriental".  Veja foto abaixo

O puma foi caçado intensamente entre os séculos XVIII e XIX. A declaração de ontem veio confirmar a crença de alguns biólogos de que a extinção do felino se deve a ocupação de habitats no século passado.

A demora na classificação de extinto – 81 anos se passaram desde a última aparição - tem sua razão de ser: foram registrados 108 avistamentos de pumas entre 1900 e 2010. O Fish and Wildlife Service acredita que sejam das subespécies do oeste do país ou panteras negras. Nenhum dos 21 Estados que tinham a espécie na série histórica declararam a existência do puma em seu território. (Daniele Bragança)



Links
Relatório completo do status da espécie que embasou declaração de extinção
  

quinta-feira, 3 de março de 2011

Bacia hidrográfica poderá determinar gestão de recursos hídricos

 O projeto é idêntico ao PL 3522/08, do ex-deputado José Fernando Aparecido de Oliveira (PV-MG), arquivado ao final da última legislatura.

O autor pretende tornar a gestão menos dependente das decisões e da atuação dos órgãos públicos e com maior participação da sociedade - usuários da água e/ou pessoas e instituições com interesse no setor.

Pelo projeto serão necessários planos estaduais de recursos hídricos para o acesso das unidades da Federação a recursos e avais da União destinados ao setor.

Weliton Prado explica que tal condição foi a solução encontrada para corrigir um problema: apesar de haver consenso geral sobre a necessidade desses planos estaduais, eles não são legalmente obrigatórios, tendo em vista que lei federal não pode impor tal obrigação a outros entes federados.

Aplicação dos recursos


De acordo com a proposta, a arrecadação pela cobrança do uso dos recursos hídricos será realizada pelas agências de águas, atendendo a decisões e orientações dos correspondentes comitês de bacias hidrográficas.

Os valores arrecadados com essa cobrança passam a ser aplicados exclusivamente na mesma bacia hidrográfica em que foram gerados, e não mais apenas prioritariamente, como estabelece a lei atual.

Segundo Weliton Prado, esta mudança visa reforçar a gestão participativa e também o sentido pedagógico da cobrança, ressaltando, para o usuário, "o valor da água utilizada e a necessidade de enfrentar o problema da sua escassez".

Tramitação

O projeto terá análise conclusiva das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Minas e Energia; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Leia a íntegra das propostas:

* PL-3522/2008 - http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=398655
* PL-29/2011 - http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=490927

Edição - Newton Araújo


Por Luiz Claudio Pinheiro, da Agência Câmara
Fonte: Envolverde/Agência Câmara

Roteiro da tragédia kaiowá no Brasil

   Carlos Tautz

   Pistoleiros atiram em direção a um automóvel com duas mulheres, um adolescente e três crianças de até 11 anos de idade. As vítimas são indígenas que acampavam em terra sob disputa com latifundiários. Os bandidos raptam sete outros índios. Torturam-nos. Puxam pelo cabelo e espancam uma mulher grávida de sete meses. Esfacelam a coronhadas a cabeça de um cacique de 73 anos. Tentam queimar vivo seu filho. Fogem. Alguns deles são presos posteriormente.
   Procuradores federais consideraram que, no estado onde os crimes aconteceram, não há condições para o julgamento dos acusados. A imprensa local e o juiz responsável pelo caso tratam os indígenas de forma abertamente racista. Diante do quadro, procuradores pedem e a Justiça federal aceita transferir o julgamento para outro estado, oito anos após o assassinado do velho cacique.
Embora pareça, este não é o roteiro de um filme sobre a “conquista” do oeste americano. O ataque dos 40 pistoleiros de fato ocorreu. No Brasil. Deu-se no Mato Grosso do Sul, em 12 e 13 de janeiro de 2003, na Fazenda Brasília do Sul, município de Juti, a pouco mais de 300km ao sul da capital Campo Grande. A fazenda fora ocupada pelos Guarani kaiowá, uma das etnias que mais sofrem com a expulsão de suas terras pelo grande negócio agrícola. Segundo o MPF e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão da CNBB, a tropa de mercenários foi contratada especialmente para atacar crianças, mulheres e idosos kaiowá
Na sexta passada (25), três dos réus foram condenados a 12 anos e 3 meses por sequestro, tortura, lesão corporal, formação de quadrilha armada e fraude processual. Ninguém foi declarado culpado pelo assassinato do cacique Marcos Veron. O MP, que denunciou 28 pessoas pelos crimes, chama as condenações de “um marco histórico e jurídico na luta contra a violência aos indígenas em Mato Grosso do Sul”. “A vitória completa seria a condenação dos réus também pelos homicídios e tentativas de homicídios”, disse à imprensa o procurador Luiz Carlos Gonçalves.
O julgamento ocorreu em São Paulo porque a Justiça federal em Mato Grosso do Sul temia que o poder do proprietário da fazenda, Jacinto Honório da Silva Filho, influenciasse jurados, a Justiça local e, até, as testemunhas.
Jorge Insabralde e Estevão Romero foram condenados e Carlos Roberto dos Santos foi absolvido de uma das acusações, embora os jurados tenham reconhecido a participação deste último no assassinato de Veron. Como disse o MPF-MS em nota à imprensa, Santos imobilizou “o indígena para que Nivaldo Alves de Oliveira - que está foragido - desferisse as coronhadas fatais. Mesmo reconhecido como coautor do crime, ele foi absolvido, em votação apertada: 3 jurados a favor da condenação e 4 contra”.
A desgraça dos kaiowá no MS, em grande medida causada pela radical ampliação das áreas plantadas com cana de açúcar, é rigorosamente do mesmo tipo que outros indígenas sofrem no Brasil inteiro. Em Rondônia, mulheres indígenas são levadas do Acre para prostíbulos que atendem a todo tipo de gente que trabalha na construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Na Bahia, uma mulher indígena foi presa com o filho bebê no colo. No Pará, indígenas e lideranças populares que se opõem à construção da usina Belo Monte são espionados e ameaçados. No País inteiro as violências se repetem, agravam-se e tudo indica que continuarão nos próximos anos.
Boa parte da expansão da economia brasileira se dará no meio rural, onde estão os imensos recursos naturais que o Brasil se especializou em exportar. E grande dose destes recursos está em terras indígenas ou em regiões contíguas a elas. É por esta razão que, de forma combinada, projetos de lei em tramitação no Congresso propõem abrir o acesso aos minerais localizados no subsolo de terras protegidas, em especial as indígenas, enquanto o governo federal planeja o crescimento exponencial da mineração no País. Com dinheiro público a subsidiar a farra do subdesenvolvimento.
Tudo faz parte do roteiro, como na tragédia kaiowá, do mesmo filme trágico que assistimos há 511 anos. E nada indica que um turning point salvador mudará o final dessa história.
Carlos Tautz é jornalista

domingo, 27 de fevereiro de 2011

PASSEIO COM SALGADO

  Este texto foi um relato de um bate papo com um dos maiores fotógrafos de todos os tempos, um dos ilustres seres-humanos desse comlexo planeta. Na época, eu cursava Jornalismo no Espírito Santo(2003). O texto foi publicado no site www.diretodaredacao.com.br, pelo seu dono, o Jornalista Eliakim Araújo.

  PASSEIO COM SALGADO (Ivan Ruela)

    Foi em meados de Janeiro de 2003, quando, de férias da faculdade sem ter exatamente o que fazer em Aimorés — quem conhece, sabe muito bem das “diversidades” de lazer desta cidade — resolvi fazer um curso no Instituto Terra. Para quem não sabe, é um projeto de reflorestamento da Mata Atlântica, idealizado por Sebastião Salgado e sua esposa Lélia Salgado.

      O curso foi sobre “Noções de Meio Ambiente em Práticas Agrícolas”, ministrado pelo Professor da Universidade Federal de Viçosa e Engenheiro Agrônomo, Marcelo Libânio. Aliás, eu era um dos poucos leigos na sala, composta em sua maioria por Técnicos Agrícolas e Agrônomos. Apesar de ter sido criado em Aimorés, não conhecia pessoalmente o mentor de toda aquela organização ambiental, um dos mais consagrados fotógrafos do mundo. E ali estava ele, passando em frente à sala de aula, quando o professor o chamou. Portando três máquinas fotográficas — recordo-me apenas da marca de uma: Leica —, ele entrou olhando no olho de um por um, interrogando-nos de onde éramos. A maioria era de técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf). Itarana, Colatina e Pancas eram algumas das cidades com representantes. Salgado, ao sentir uma forte presença capixaba no local, não hesitou em elogiar e relatar a sua proximidade e carinho com o estado vizinho. “Sou mineiro fanático, e capixaba fanático também”, assumiu. “Nasci na divisa dos dois estados e assim me sinto dividido”, decretou. Salgado vive em Paris com a esposa, mas quase sempre viaja ao Brasil, onde divide seu tempo entre o Instituto, expondo fotos e procurando apoio para a ONG, e viagens pelo País afora. Além de possuir uma casa na Ilha do Boi, em Vitória, ele fixou sua residência em Aimorés na Fazenda Bulcão — já que depois de ter perdido os pais no último ano, vendeu sua casa no Centro da cidade.

        Como eu havia entrevistado meses antes o engenheiro agrônomo Jaeder Lopes, a respeito da ONG, para o site www.focasnarede.rg3.net, me apresentei ao ilustre fotógrafo e informei a ele sobre a matéria feita com Jaeder. Como não tinha um lugar para me apoiar para escrever o nome do site, encostei a folha de papel sobre uma enorme foto com índios, na entrada do anfiteatro do local. Daí senti um tapa em minhas costas, e uma voz de autoridade: “Não escreva aí que você estraga a foto!”. Pedi desculpas e dei o nome do site. Daí já dava pra perceber a dedicação e apego que ele reserva a seu trabalho, demonstrados em sua atitude.

       Como todo curso tem sua atividade extraclasse, saímos num verdadeiro “comboio” com a finalidade de conhecer toda a Fazenda Bulcão — herdada por Salgado, onde se situa a RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Ambiental). Como os técnicos agrícolas já estavam com seus carros do órgão que trabalhavam, não pensei duas vezes e pedi a Salgado para ir com ele. A bordo de uma Hilux branca, subimos morro acima, acompanhados ainda de um colega e de um técnico agrícola. Logo no começo da expedição, Salgado ao ser indagado por um dos ocupantes do carro, confirmou mais uma vez sobre sua admiração pelo Espírito Santo: “O que mais me chama a atenção daquele estado é a diversificação de suas belezas naturais, montanhas de um lado e o mar, do outro”. Diversificado, aliás, foi o papo nesse percurso: política, jornalismo, meio ambiente, cultura, Brasil, Aimorés...etc..etc. “Estou muito contente com a vitória do Lula, acho que será um grande avanço social e cultural para o país, coisa que o outro governo deixou a desejar”. Conta ele, que disse ser amigo de longa data do atual presidente e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Salgado ainda contou que seu trabalho é de cunho jornalístico, pois aborda problemas sociais, e têm publicações em revista e jornais. A preocupação dele com o meio ambiente pode ser entendida numa frase de uma entrevista ao Portal Terra:

“A pobreza e a destruição do Meio Ambiente estão relacionadas. Uma das causas de tanta pobreza é a ligação direta entre o Meio Ambiente e o crescimento populacional. Não protegemos nossos próprios recursos naturais e já destruímos a maior parte das florestas tropicais. No Brasil, por exemplo, o desmatamento, a exploração e exportação madeireira, a pecuária e a mineração estão acabando com a floresta, o meio de vida dos índios. Com o resultado, eles estão morrendo”.

     Num certo ponto do passeio, todos os carros pararam. Sebastião Salgado aponta para as mudas que estão brotando, diferentes árvores crescendo, explica como era o local antes: “Aqui existiam dois córregos, ambos tinham jacarés. Aliás, animal era o que não faltava aqui na região — pacas, capivara, eram muitos comuns aqui na Fazenda”. O otimismo, uma das marcas de Salgado, é exibido numa frase logo depois: “Uma onça-pintada, foi vista aqui há alguns dias, os bichos estão voltando...”, conta eufórico.

    De volta ao carro, e continuando a mini-viagem, ele mostra uma paisagem que chama a atenção de todos. De longe avistamos os dois rios que banham Aimorés, o Doce e o Manhuaçu. “Conheço mais de noventa países, e essa para mim é uma das belas paisagens do mundo”. Descendo novamente do carro, deparamos com um fato inusitado: uma peroba nascida em cima de outra, que foi derrubada há anos. Falando em perobas, aliás, Salgado ainda comemora ter feito uma parceria com Washington Olivetto: “Uma campanha publicitária que oferecerá pés de Peroba para empresários e artistas em geral. Vai custar cerca de seis mil dólares cada um, só que não serão retirados, terão uma placa com o nome da instituição ou da pessoa doadora”.

    Um dos orgulhos do fotógrafo mineiro é também ter no conselho consultivo da ONG pessoas como Chico Buarque, João Pedro Stédile e Fernando Morais. O projeto de um hotel para produtores estrangeiros e a assinatura de um convênio com a Prefeitura de Belo Horizonte, que cederia técnicos do Zoológico Municipal, são outras amostras de empenho de Salgado, que a todo momento que conversava conosco, sempre batia fotos, fazendo um revezamento entre as três possantes máquinas que carregava.

   Foi então, curioso, que perguntei: “Sebastião, você usa máquina digital?”. Ele respondeu, ironicamente: “Meu caro, nem sei ligar um computador”. Serviu como lição. De que vale ser um robô nesse mundo global, se não tivermos consciência para enxergar os problemas que nele existem?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Fitoterapia em praça pública

 
  
  Essa matéria foi resultado de um  trabalho  'free-lancer' para 'jornalzinho' de Aimorés. O dono e os editores do jornal, se é quem sabem o que é edição, nao colocaram meus créditos no texto.  Gente que pensa pequeno e sempre serão nanicos! Pena que não consegui postar aqui as fotos.






 Fitoterapia  em praça pública


             Ivan Ruela



            A procura por medicamentos mais saudáveis e a oferta da biodiversidade da Mata Atlântica em plantas e raízes de valores terapêuticos criaram um mercado promissor. O comércio de plantas medicinais, hoje em grande parte, adotado por grandes lojas e empresas, ainda é em alguns lugares, representado por um dos seus precursores, os raizeiros.  Natural de Aimorés, José Carlos da Silva, é um destes tradicionais vendedores que ainda podemos encontrar em alguma esquina ou praça pública. “Trabalho com plantas e ervas há 26 anos. Antes vendia também em Resplendor, Mutum, Colatina”. Relata o vendedor, que hoje trabalha em Baixo Guandu, onde reside há quatro anos, além de possuir uma banca, em frente a uma agencia do Itaú, no centro de Aimorés.
          Ao contrário de alguns ambulantes que oferecem produtos “milagrosos” na rua, José Carlos prefere maneiras mais leais para adquirir e manter a clientela. “Não insisto com fregueses, tento manter a qualidade do produto, com honestidade, sem mentiras. Assim eles vêm até a mim”, orgulha-se.  Segundo o vendedor, a época do ano é que determina a maior aceitação de determinado produto. “Neste período de inverno a procura por Pacová é grande, pois é indicada para reumatismo”. Porém, um medicamento é o carro chefe da banca, o ‘Nó de Cachorro’, de valor afrodisíaco, também conhecido por ‘Viagra natural’. “É o mais vendido!”, dispara.

         Dentre algumas espécies vendidas na banca de José Carlos, temos variados nomes e funções terapêuticas:

- Manjericão– (Ocimum mininum) - Folhas, por infusão: Sedativo, anti-reumático, combate dores de cabeça nervosas e gastrite, elimina os gases do estômago e dos intestinos, aumenta a lactação. Por gargarejo: combate aftas.
-Pacová – (Elettaria Cardamomum) – Raízes, por decocção: Reumatismo, dores lombares, artritismo, diarréias, cólicas intestinais, dispepsias, estomáquico e carminativo, antiofídico.
Erva Cidreira– (Melissa officinalis) - Folhas, por infusão: Insônia, febre, estimulante biliar, regula a menstruação, enxaquecas persistentes, tônico do sistema nervoso, histerismo, desmaios, vertigens, insônia, dores de cabeça, epilepsia, afecções gástricas e nervosas, gases, cãibras intestinais, má circulação do sangue, pressão alta, palpitações, resfriados, tosse. Elixir contra picadas de insetos e mordidas de animais. O suco das folhas frescas amassadas, misturado com sal, serve para caxumba
Gengibre – (Zingiber officinalis) – Raízes, por decocção: Purifica o sangue, tônico, bactericida, expectorante, rouquidão, dores espasmódicas, comobate os vômitos, baixa o colesterol, estimula o apetite, carminativo, favorece a diurese. Compressa: Traumatismos, inchaços, reumatismo, dores nas articulações.
Jurubeba – (Solanum paniculatom) - Raízes e frutos, por decocção: Febres intermitentes, hepatite, hidropsias, icterícia, doenças do fígado em geral, inflamação no baço, tumores do útero e do abdomem, cólica, diurético, estimulante, tônico. Suco dos frutos: Estômago e baço. Cataplasma: Úlceras
Louro – (Laurus nobilis) - Folhas, por infusão: Má digestão, gases do estômago e dos intestinos, bronquite crônica e gripes.
Hortelã– (Mentha piperita) - Folhas, por infusão: Vermífugo, calmante, tônico estomacal, estimula as funções gastrointestinais, dispepsias e afecções crônicas do fígado, cólicas intestinais e hepáticas, aumenta a produção e circulação da bílis, afecções das vias urinárias, prisão de ventre. Asma, bronquite, tosse, gripe, resfriados e febres. Gargarejos: Dor de garganta. Cataplasma: Picada de insetos, dores de cabeça e nas juntas.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Parque do Rio Doce celebra um ano de certificação internacional

      Agencia Minas

          O Parque Estadual do Rio Doce comemora, no dia 26 de fevereiro, o primeiro aniversário de sua inclusão na lista de Zonas Úmidas de Importância Internacional, a Lista Ramsar. A unidade de conservação, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e localizada na região Leste de Minas Gerais, foi a primeira área do Estado e a nona localizada no Brasil incluída na relação.
As zonas úmidas são as áreas de pântanos e corpos de água, naturais ou artificiais, permanentes ou temporários. Inicialmente, a proteção dessas áreas visava à conservação de zonas úmidas e de aves aquáticas. Com o decorrer do tempo, a área total passou a ser observada como um sistema de apoio à vida para a biodiversidade. Os termos da convenção foram definidos na cidade iraniana de Ramsar, em 1971, e completou 40 anos no último dia 2 de fevereiro.
O parque está inserido em uma região que se configura como o terceiro maior ecossistema lacustre do Brasil, perdendo apenas para o Pantanal e a Amazônia. Somente em seu interior, a unidade de conservação abriga 40 lagos naturais, dentre eles, destaca-se a Lagoa Dom Helvécio, com 6,7 Km² e profundidade de até 32,5 metros. As lagoas abrigam uma grande diversidade de peixes, que servem de importante instrumento para estudos e pesquisas da fauna aquática nativa. A Mata Atlântica, bioma que domina a unidade, é morada de animais ameaçados de extinção como a onça pintada e o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.
Segundo o gerente do parque, Marcus Vinícius de Freitas, a inserção na Lista Ramsar aumenta as possibilidades de parcerias internacionais para a conservação das áreas úmidas. “É mais uma chancela que reconhece a importância ecológica, social, cultural e científica do parque e facilita a cooperação entre os países para desenvolver ações que estimulem a proteção e um uso racional dessas áreas”, afirma
Os países que aderem à Convenção de Ramsar participam de um processo destinado a identificar os sítios em seus territórios com o objetivo de prestar especial atenção a sua conservação e a seu uso sustentável. São signatários da Convenção, cuja lista inclui 1.757 Sítios Ramsar, num total de cerca de 161 milhões de hectares, 158 países. O Brasil é considerado o quarto país do mundo em superfície na Lista Ramsar. Possui 11 Zonas Úmidas consideradas Sítios de Importância Internacional, o que equivale a cerca de 6,5 milhões de hectares.
Marcus Vinícius de Freitas observa que após a inclusão no tratado internacional, o parque já intensificou a busca por mecanismos para aprimorar a gestão. “Temos participado regularmente das reuniões com os gerentes das unidades brasileiras que fazem parte da Lista”, explica. Em dezembro de 2010, o funcionário do parque, Giovane Tavares, participou de uma visita técnica à Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense, no nordeste do país. “O Parque do Rio Doce foi saudado pelos outros integrantes como modelo de unidade de conservação”, afirma Tavares.
Biodiversidade
O Parque Estadual do Rio Doce, por abrigar a maior área de Mata Atlântica de Minas, é considerado Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A área está inserida nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo. Foi a primeira unidade de conservação estadual criada em Minas Gerais, em 14 de julho de 1944.
Desde 2003, o parque vem recebendo investimentos provenientes do Governo de Minas e de parcerias nacionais e internacionais como a com o governo alemão, que resultou no Projeto de Proteção da Mata Atlântica de Minas Gerais (Promata) e que destinou recursos de R$ 6 milhões para a unidade de conservação. Os recursos consolidaram a condição da área de proteção com uma das unidades de conservação mais bem equipadas do país em termos de infraestrutura para turismo ecológico, realização de pesquisas científicas e atividades de educação de educação ambiental.

Ararinha-Azul está extinta na natureza

Cemave avalia estado de conservação das aves da Caatinga
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes, acaba de concluir a primeira oficina de avaliação do estado de conservação das aves brasileiras. Durante cinco dias, 19 especialistas de diversas instituições avaliaram espécies da Caatinga e algumas de distribuição mais ampla.
No total, foram analisados 103 tipos diferentes de aves, sendo 98 em nível de espécie e cinco em nível de subespécie. Uma – a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) – foi considerada extinta na natureza, duas criticamente em perigo, nove em perigo, cinco vulneráveis, sete quase ameaçados, nove com dados insuficientes e 70 em situação menos preocupante.
Ao final, os participantes dividiram-se em quatro grupos para atualizar as fichas das espécies e submeter os artigos à publicação na Revista da Biodiversidade Brasileira do ICMBio. As fichas estarão disponíveis em breve no site do ICMBio na internet.
A avaliação ainda será analisada por um especialista em categorias e critérios da União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). Para este ano, estão previstas novas oficinas para avaliar as espécies dos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal.
A meta do Cemave é realizar até 2014 a avaliação do estado de conservação de todas as aves brasileiras. Segundo dados do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), são mais de 1.800 espécies.
OFICINA – A primeira oficina foi realizada em João Pessoa (PB), onde fica a sede do Centro Nacional de Aves Silvestres. Analistas e técnicos ambientais do Cemave, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) e da Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (Coabio), da Diretoria de Biodiversidade do Instituto Chico Mendes, atuaram como facilitadores e relatores.

Durante os trabalhos, os participantes constataram que, embora existam informações relacionadas à extensão de ocorrência ou área de ocupação das espécies, ainda são poucos os dados sobre as populações. Esses dados são considerados essenciais para a avaliação do risco de extinção.

Os especialistas perceberam também que é preciso ampliar as pesquisas de avaliação do estado de conservação das aves que respondam aos critérios da IUCN. Eles prometeram dar mais atenção a isso nas suas pesquisas futuras.
Apesar das alterações climáticas não terem sido incluídas no processo de avaliação das espécies, os participantes ressaltaram que é importante considerar essa possibilidade, sendo que mais estudos devem ser realizados para atestar a influência do aquecimento global na probabilidade de extinção dos táxons.
A oficina foi coordenada pelo Cemave, com apoio da Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (Coabio), da Diretoria de Biodiversidade do Instituto Chico Mendes.
A avaliação foi feita em grupos de trabalho, com a realização de uma plenária ao final de cada dia. Durante as plenárias, os participantes discutiam e aprovavam um documento com a categorização de ameaça para cada táxon avaliado com as devidas justificativas.
As espécies foram avaliadas de acordo com as categorias e critérios da IUCN. Como material de trabalho, utilizou-se a ficha de cada espécie e mapas de pontos de distribuição e polígonos.
As análises foram realizadas em nível de espécie, seguindo-se a nomenclatura do CBRO de 2011. Nos casos em que uma subespécie ou população se encontrava com ameaças diferenciadas, declínio populacional, extensão de ocorrência ou área de ocupação muito restritas, optou-se pela avaliação da subespécie ou população.
A avaliação do estado de conservação das espécies é constituída por várias etapas, incluindo a compilação de dados na ficha das espécies, a elaboração de mapas a partir de registros existentes na literatura, a disponibilização para consulta pública e a realização de oficinas para avaliação do estado de conservação.
Fonte: Priscila Galvão - ICMBio
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