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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Parque do Rio Doce celebra um ano de certificação internacional

      Agencia Minas

          O Parque Estadual do Rio Doce comemora, no dia 26 de fevereiro, o primeiro aniversário de sua inclusão na lista de Zonas Úmidas de Importância Internacional, a Lista Ramsar. A unidade de conservação, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e localizada na região Leste de Minas Gerais, foi a primeira área do Estado e a nona localizada no Brasil incluída na relação.
As zonas úmidas são as áreas de pântanos e corpos de água, naturais ou artificiais, permanentes ou temporários. Inicialmente, a proteção dessas áreas visava à conservação de zonas úmidas e de aves aquáticas. Com o decorrer do tempo, a área total passou a ser observada como um sistema de apoio à vida para a biodiversidade. Os termos da convenção foram definidos na cidade iraniana de Ramsar, em 1971, e completou 40 anos no último dia 2 de fevereiro.
O parque está inserido em uma região que se configura como o terceiro maior ecossistema lacustre do Brasil, perdendo apenas para o Pantanal e a Amazônia. Somente em seu interior, a unidade de conservação abriga 40 lagos naturais, dentre eles, destaca-se a Lagoa Dom Helvécio, com 6,7 Km² e profundidade de até 32,5 metros. As lagoas abrigam uma grande diversidade de peixes, que servem de importante instrumento para estudos e pesquisas da fauna aquática nativa. A Mata Atlântica, bioma que domina a unidade, é morada de animais ameaçados de extinção como a onça pintada e o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.
Segundo o gerente do parque, Marcus Vinícius de Freitas, a inserção na Lista Ramsar aumenta as possibilidades de parcerias internacionais para a conservação das áreas úmidas. “É mais uma chancela que reconhece a importância ecológica, social, cultural e científica do parque e facilita a cooperação entre os países para desenvolver ações que estimulem a proteção e um uso racional dessas áreas”, afirma
Os países que aderem à Convenção de Ramsar participam de um processo destinado a identificar os sítios em seus territórios com o objetivo de prestar especial atenção a sua conservação e a seu uso sustentável. São signatários da Convenção, cuja lista inclui 1.757 Sítios Ramsar, num total de cerca de 161 milhões de hectares, 158 países. O Brasil é considerado o quarto país do mundo em superfície na Lista Ramsar. Possui 11 Zonas Úmidas consideradas Sítios de Importância Internacional, o que equivale a cerca de 6,5 milhões de hectares.
Marcus Vinícius de Freitas observa que após a inclusão no tratado internacional, o parque já intensificou a busca por mecanismos para aprimorar a gestão. “Temos participado regularmente das reuniões com os gerentes das unidades brasileiras que fazem parte da Lista”, explica. Em dezembro de 2010, o funcionário do parque, Giovane Tavares, participou de uma visita técnica à Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense, no nordeste do país. “O Parque do Rio Doce foi saudado pelos outros integrantes como modelo de unidade de conservação”, afirma Tavares.
Biodiversidade
O Parque Estadual do Rio Doce, por abrigar a maior área de Mata Atlântica de Minas, é considerado Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A área está inserida nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo. Foi a primeira unidade de conservação estadual criada em Minas Gerais, em 14 de julho de 1944.
Desde 2003, o parque vem recebendo investimentos provenientes do Governo de Minas e de parcerias nacionais e internacionais como a com o governo alemão, que resultou no Projeto de Proteção da Mata Atlântica de Minas Gerais (Promata) e que destinou recursos de R$ 6 milhões para a unidade de conservação. Os recursos consolidaram a condição da área de proteção com uma das unidades de conservação mais bem equipadas do país em termos de infraestrutura para turismo ecológico, realização de pesquisas científicas e atividades de educação de educação ambiental.

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